Considero
impossível evitar baderna em manifestações em que predominem os jovens. A
tensão é muito forte, sempre existem aqueles que estão a fim mesmo é de uma boa
briga, os “avoados”. E mesmo os pacíficos, como eu era, não aceitam
provocações, muito menos levar porrada de graça. Basta um começo e pronto...É
como isso que se vê em São Paulo. Mas, estou certo que isso poderia ser
evitado. Existem, atualmente, alternativas democráticas (que não haviam na
ditadura) de se fazer valer nossos direitos, como o de transporte público decente, eficaz e a preço
acessível. Ação Civil Pública é uma delas. Transporte público ruim, péssimo?
Empresários gananciosos? Prefeito corrupto que conluia com eles? Ministério
Público neles! Liminares e tutela antecipada neles! Tem também as CPI’s das Câmaras de Vereadores. O quê? Eles também
são corruptos? Caramba! Bem, que tal a OAB, a Associação de Magistrados, a ABI,
o PROCON? Sim, todos eles podem fazer algo e evitar que o povo vá pra rua e
provoque essa baderna. Ninguém fez nada? Ah, então desculpem aí, tá, mas eu vou
pra rua. E sinto muito, mas se houver provocação ou bala de borracha ou gás,
vai ter reação, vai ter porrada, chamem isso de baderna se quiserem. Chamaram
de baderneiros para os jovens que resistiram a invasão soviética na primavera
de Praga; para aqueles da praça da paz celestial na China; para os negros que reagiram ao assassinato de um deles pela polícia branca de Los Angeles, e até para os “carapintadas”
brasileiros que foram as ruas expulsar o presidente corrupto. O que não dá é
pra botar a bunda na janela pra passar a mão nela. E digo ainda uma última
alternativa para evitar a baderna: basta o governo agir contra a ganância dos
empresários de transporte coletivo com o mesmo rigor com que age contra os
manifestantes.
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