quinta-feira, 21 de agosto de 2014

CHUVA DE BELÉM.



Falando sério, não tem como a chuva em Belém. Imperativa e hiperativa nos obriga a interagirmos com ela. Ela é quem manda. Audiência? Horário, compromisso? "Te vira"! Melhor dizendo (diz ela): - te vira prá cá, olha prá mim. Desacelera, olha pela vidraça e vê como eu deixo a nossa cidade e seus moradores de alma lavada!. Verdade. A chuva é a verdadeira mãe dos paraenses. Com ela não tem essa estória de peraí um pouquinho. Nada disso. Fica aqui e presta atenção no que eu estou te dizendo. Acomoda menino(a) que tu ainda vai ter um troço. Depois da chuva sim, tu voltas ao teu corre corre. Todo mundo vai compreender. Ah, mãe chuva que sempre vem, mais cedo ou mais tarde. Chega mais mãezona e conta- me aquelas historias de quando eu era menino e tu me banhavas na rua. Vamos lembrar quantas vezes tu me impedistes de sair para encontrar com aquela menina. Ou estragastes o campinho da pelada e eu fiquei emburrado contigo. Gosto também da tua ironia quando transbordas as docas e estivas e alagas tudo de novo e assim expões os teus filhos que enveredaram pela política sem ética e tentam tirar proveito de tuas enchentes afirmando que agora haviam conseguido te domar. Eh mãezona, quer saber? Rendo- me aos teus caprichos. Te esbalda. Lava-me de novo a alma e renova meu espírito com tuas águas bentas. As favas os compromissos! Quem mandou eu crescer. Quisera nunca ter deixado de ser menino, mãe, mas, tu sabes, papai tempo é implacável, sempre te sobrepondo. Parece que Ele só pára quando tu chegas. Tem nada não. Quando ele estiver ocupado demais com as tarefas que o melhor amigo dele, o Sr. Destino, lhe dá, então voltaremos a nos divertir. Só nós dois. E hajam recordações e mais banhos.







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