Lobão
ameaça ir embora do Brasil se as coisas piorarem para o lado dele. Entenda-se por
piorar se a Dilma vencer as eleições. Sorte dele que pode ir embora sempre que
as coisas pioram "pro" seu lado. Quando as coisas estiveram muito, mas muito
ruins mesmo para o meu , não pude fazer o mesmo. Bem que teria gostado. Estados
Unidos era meu sonho. Isso pelos idos de 1970-1984. Negócio estava feio para o
meu lado. Ir a pé para a escola, fome, sem grana para comprar o uniforme
obrigatório (para todo garboso, perfilado, esquelético e faminto cantar o hino
nacional: “verás que um filho teu não foge a lu-uuu-tá, nem teme quem te adora
a própria “morti”, terradorada...Brasil!). Ainda bem que não fui. Fiquei, vi e
venci. Fiquei quando Médice, Geisel, Figueiredo comandaram esse
país com mãos de ferro. Fiquei quando Sarney governou por seis anos
privilegiando banqueiros e megainvestidores internacionais, e o povo suportava
uma inflação galopante e escassez de alimentos. Fiquei quando Collor protegido
pela elite e grande imprensa, sabotou uma eleição e atrasou o país mais 04 anos.
Fiquei e vi começarem as mudanças com Fernando Henrique Cardoso, Lula e agora
Dilma. Fiquei e venci sem a ajuda de Governante algum. Lobão também ficou. Ele também venceu. Venceu com sua música de rebeldia que muitas vezes me consolou quando a vida me parecia sim, vida bandida. Fiquei e vi chegar uma época em que o Governo Brasileiro tornou menos bandida a vida de outros Badinos (meu apelido) e proporcionar-lhes que sem temer a própria morte, não fujam da luta e sobrevivam sem precisar mais “da caridade de quem lhes detesta”. E ficarei, vença Dilma ou Aécio. E o(a) respeitarei como Presidente(a) porque acima de tudo é o meu país que me interessa, e meu amor pelo Brasil é
incondicional. Talvez venham dias melhores, talvez piore, não importa. Direi
sempre ao Brasil: EU FICO! Fico do teu lado meu combalido país; estarei com
teus filhos, meus irmãos, ombreado nas reivindicações suprapartidárias. EU
FICAREI, e não importa quem governe, orarei por Ele(a), pelo seu sucesso,
porque já não sou um menino obrigado a perfilar-se para cantar teu hino, mas
porque vi, ouvi e bradei com teu povo heroico o brado retumbante da liberdade, hoje
estufo o peito e canto e choro: TERRA ADORADA, BRASIL!.
terça-feira, 21 de outubro de 2014
quinta-feira, 21 de agosto de 2014
CHUVA DE BELÉM.
Falando sério, não tem como a chuva em Belém. Imperativa e hiperativa nos obriga a interagirmos com ela. Ela é quem manda. Audiência? Horário, compromisso? "Te vira"! Melhor dizendo (diz ela): - te vira prá cá, olha prá mim. Desacelera, olha pela vidraça e vê como eu deixo a nossa cidade e seus moradores de alma lavada!. Verdade. A chuva é a verdadeira mãe dos paraenses. Com ela não tem essa estória de peraí um pouquinho. Nada disso. Fica aqui e presta atenção no que eu estou te dizendo. Acomoda menino(a) que tu ainda vai ter um troço. Depois da chuva sim, tu voltas ao teu corre corre. Todo mundo vai compreender. Ah, mãe chuva que sempre vem, mais cedo ou mais tarde. Chega mais mãezona e conta- me aquelas historias de quando eu era menino e tu me banhavas na rua. Vamos lembrar quantas vezes tu me impedistes de sair para encontrar com aquela menina. Ou estragastes o campinho da pelada e eu fiquei emburrado contigo. Gosto também da tua ironia quando transbordas as docas e estivas e alagas tudo de novo e assim expões os teus filhos que enveredaram pela política sem ética e tentam tirar proveito de tuas enchentes afirmando que agora haviam conseguido te domar. Eh mãezona, quer saber? Rendo- me aos teus caprichos. Te esbalda. Lava-me de novo a alma e renova meu espírito com tuas águas bentas. As favas os compromissos! Quem mandou eu crescer. Quisera nunca ter deixado de ser menino, mãe, mas, tu sabes, papai tempo é implacável, sempre te sobrepondo. Parece que Ele só pára quando tu chegas. Tem nada não. Quando ele estiver ocupado demais com as tarefas que o melhor amigo dele, o Sr. Destino, lhe dá, então voltaremos a nos divertir. Só nós dois. E hajam recordações e mais banhos.
MIRIAM LEITÃO, A TERRORISTA.
Quem diria que
a jornalista da Globo foi, pelo menos para os militares, uma “perigosa terrorista”. Está tudo
revelado por ela mesma, na entrevista que concedeu ao jornalista Luis Cláudio
Cunha e disponível no site do “observatório da imprensa” (http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/_ed812_a_reporter_pergunta_o_ministro_gagueja). Li “tortura
nunca mais” o livro da arquidiocese de São Paulo que coleta depoimentos
sobre tortura na ditadura e lembro do depoimento de Miriam sobre o uso de
cobras, mas, confesso, não associei o nome à pessoa. Transcrevo a seguir alguns
trechos da entrevista de Miriam:
“Não sei quanto tempo durou esta agonia. Foram
horas. Eu não tinha noção de dia ou noite na sala escurecida pelo plástico
preto. E eu ali, sozinha, nua. Só eu e a cobra. Eu e o medo. O medo era ainda
maior porque não via nada, mas sabia que a cobra estava ali, por perto. Não
sabia se estava se movendo, se estava parada. Eu não ouvia nada, não via nada.
Não era possível nem chorar, poderia atrair a cobra. Passei o resto da vida
lembrando dessa sala de um quartel do Exército brasileiro. Lembro que quando aqueles
três homens voltaram, davam gargalhadas, riam da situação. Eu pensava que era
só sadismo. Não sabia que na tortura brasileira havia uma cobra, uma jiboia
usada para aterrorizar e que além de tudo tinha o apelido de Míriam. Nem sei se
era a mesma. Se era, talvez fosse esse o motivo de tanto riso. Míriam e Míriam,
juntas na mesma sala. Essa era a graça, imagino. Eu com uma barriga de sete
meses de gravidez. O processo, que envolvia 28 pessoas, a maioria garotos da
nossa idade, nos acusava de tentativa de organizar o PCdoB no estado, de
aliciamento de estudantes, de panfletagem e pichações. Ao fim, eu e a maioria
fomos absolvidos. O Marcelo foi condenado a um ano de cadeia. Nunca pedi
indenização, nem Marcelo. Gostaria de ouvir um pedido de desculpas, porque isso
me daria confiança de que meus netos não viverão o que eu vivi. É preciso
reconhecer o erro para não repeti-lo. As Forças Armadas nunca reconheceram o
que fizeram. Minha vingança foi sobreviver e vencer. Por meus filhos e netos,
ainda aguardo um pedido de desculpas das Forças Armadas. Não cultivo nenhum
ódio. Não sinto nada disso. Mas, esse gesto me daria segurança no futuro
democrático do país”.
Talvez
agora, com essa revelação de haver sido presa e torturada pelos bandidos de
1964, Miriam atraia a admiração da esquerda aloprada e seus representantes
parem de associar o trabalho dela a interesses dos “poderosos inimigos do
povo”. Por outro lado, alguns que a admiravam talvez passem a detesta-la em
razão desse seu passado de “terrorista”.
É o preço que se tem de pagar por ter forjado uma personalidade forte, corajosa
e independente. Bem diferente dos bandidos covardes que se escondiam atrás das
fardas e lambiam o chão dos que os financiavam. Bem diferente também de Celso
Amorim, o Ministro da Defesa de Dilma, que também se acovarda e protege os
Militares de hoje que se solidarizam com seus pares torturadores de ontem. São
todos eles cúmplices de crimes contra a humanidade. É preciso que se conte a
verdade para que as novas gerações de brasileiros não continuem sendo ingênuamente
(alguns) enganados pela versão oficial. Revisão da Lei de Anistia, punição
ainda que simbólica para esses bandidos de outrora, e pedido de perdão pelos
militares de hoje, (até para que não pareça que protegem aqueles criminosos e a
eles sejam assemelhados) são medidas que já passarm da hora de serem tomadas em prol do restabelecimeno da verdade. Quanto à Dilma, poderia fazer sua parte em relação à
Miriam e mandar punir exemplarmente os que recentemente tentaram denegrir a
imagem da jornalista alterando seu perfil na Wikipédia. Segundo a imprensa,
esse terrorismo partiu de computadores de pessoas ligadas ao Planalto.
sábado, 7 de junho de 2014
O
ônibus e o tempo
Osvaldino
Junior
O ônibus já estava quase lotado. Desacostumado com os
solavancos, custei a equilibrar-me na cabine da cobradora que já me olhava
impaciente. Outros preciosos segundos para retirar a carteira do bolso e o pagamento
da tarifa com uma nota de R$-10,00 fizeram de mim seu pior inimigo. A vingança
veio em moedas. Ultrapassada a linha vermelha hostil, ainda cambaleante
encaminhei-me para o fundo do coletivo. Uma senhora olhou-me com certo
ceticismo, como que dizendo: “você não é daqui”. Pensei: “fui descoberto”. Um
jovem casal cochichava baixinho, enquanto afagavam as alianças. Lembrei das
delícias e agruras desse início de vida. Cá comigo desejei-lhes felicidades
sinceras. Na parada seguinte completou a lotação e uma mulher acima do peso buscou
entre os homens alguém que lhe cedesse o lugar. Em vão. No meu tempo (pronto,
delatei minha idade) dificilmente eu ficava sentado, pois era impulsivo levantar
para uma senhora, um idoso, gestante ou simplesmente uma garota. Com o ônibus
cheio perdi um pouco do espaço e até o “cano” do banco onde eu me segurava cedi
para uma jovem que não alcançava o apoio que fica no teto e estava com dificuldades
para se equilibrar. Sorriu levemente agradecendo. A senhora que desde o inicio
desconfiou de mim percebeu meu gesto e aí então foi que me senti um “ET”. Na
parada seguinte mais gente. O motorista apressa a subida dos passageiros e pisa
no acelerador em ponto morto. O “rum, rum” do motor, alertou-me que nada mudou
desde que há anos entrei num ônibus como minha única opção de “mobilidade urbana”.
Corri o olhar pelas pessoas e quase pude reconhecê-las. Na verdade, algumas
coisas mudaram, sim. As pessoas, mais absortas, “conversam” com seus fones de
ouvidos. De vez em quando um celular toca. Mochilas, mochilas e mochilas,
atrapalham quem as carrega e quem precisa passar. Um rapaz, sem pedir licença,
vai abrindo passagem. Por trás sinto sua genitália me esbarrando, ainda que eu
tenha me inclinado e igualmente esbarrado no passageiro que estava sentado à
minha frente. Sinto nojo. Olhei para a mocinha ao meu lado e vi em seu rosto o
mesmo sentimento. Também na outra ao seu lado, e na outra e na outra. À minha
direita uma se fazia de desincomodada. Talvez tenha sido a maneira que
encontrou de lidar com essas humilhações. Lembrei das mulheres “acochadas” do
metrô de São Paulo e concluí que por aqui não é diferente. O calor me fez
esquecer logo esse inconveniente. A viagem prossegue. Alguém conversa em voz
alta ao celular. Duas senhoras se cumprimentam também em voz alta e perguntam
reciprocamente por conhecidos comuns. Um jovem dorme de boca aberta. O calor
continua. Fiquei feliz de não estar de paletó. Penso num banho. Lá fora, automóveis
refrigerados parecem naves espaciais transportando seres de outro planeta. Sinto-me
culpado pelo calor, por estar ocupando espaço de alguém que não conseguiu
entrar na última parada. Sinto culpa até por haver progredido numa cidade em
que a maioria de seus cidadãos não passa de voto e estatística para as
Autoridades. Na parada seguinte, ao descer arrisco uma última olhada para “aquela”
senhora. Seus olhos meio espremidos me dizem: “Você é um deles”.
quinta-feira, 13 de junho de 2013
COMO EVITAR UMA BADERNA IGUAL A DE SÃO PAULO
Considero
impossível evitar baderna em manifestações em que predominem os jovens. A
tensão é muito forte, sempre existem aqueles que estão a fim mesmo é de uma boa
briga, os “avoados”. E mesmo os pacíficos, como eu era, não aceitam
provocações, muito menos levar porrada de graça. Basta um começo e pronto...É
como isso que se vê em São Paulo. Mas, estou certo que isso poderia ser
evitado. Existem, atualmente, alternativas democráticas (que não haviam na
ditadura) de se fazer valer nossos direitos, como o de transporte público decente, eficaz e a preço
acessível. Ação Civil Pública é uma delas. Transporte público ruim, péssimo?
Empresários gananciosos? Prefeito corrupto que conluia com eles? Ministério
Público neles! Liminares e tutela antecipada neles! Tem também as CPI’s das Câmaras de Vereadores. O quê? Eles também
são corruptos? Caramba! Bem, que tal a OAB, a Associação de Magistrados, a ABI,
o PROCON? Sim, todos eles podem fazer algo e evitar que o povo vá pra rua e
provoque essa baderna. Ninguém fez nada? Ah, então desculpem aí, tá, mas eu vou
pra rua. E sinto muito, mas se houver provocação ou bala de borracha ou gás,
vai ter reação, vai ter porrada, chamem isso de baderna se quiserem. Chamaram
de baderneiros para os jovens que resistiram a invasão soviética na primavera
de Praga; para aqueles da praça da paz celestial na China; para os negros que reagiram ao assassinato de um deles pela polícia branca de Los Angeles, e até para os “carapintadas”
brasileiros que foram as ruas expulsar o presidente corrupto. O que não dá é
pra botar a bunda na janela pra passar a mão nela. E digo ainda uma última
alternativa para evitar a baderna: basta o governo agir contra a ganância dos
empresários de transporte coletivo com o mesmo rigor com que age contra os
manifestantes.
domingo, 28 de outubro de 2012
APRENDENDO SOBRE AMOR E LIBERDADE COM MAMÃE
Quando menino eu gostava de criar passarinhos em gaiola.
Curió, bigode, patativa e coleira eram meus preferidos. Sempre mais de um.
Papai reprovava veementemente. Mais do que isso, proibia. Dizia que os pássaros
deveriam ser livres, e que assim o deveríamos admirá-los. Quem realmente amasse
pássaros jamais os prenderia em uma gaiola. Não adiantavam seus argumentos, eu
insistia em criar, ainda que fosse um. Para driblar a proibição recorria à casa
de amigos. Com um deles, Nando, cheguei a ter uma “coleção veneno” – era assim
que chamávamos a nossa criação de passarinhos. Algum tempo depois, para minha
surpresa, pois papai dificilmente cedia ou admitia exceções às suas regras, ele
permitiu que eu tivesse um, só um. Agora, sim, eu podia ter um curió numa
gaiola em casa, sem me preocupar que meu pai o soltasse (libertasse, dizia
ele). Mas, as censuras não terminaram. Sempre que me via cuidando da gaiola não
perdia a oportunidade para falar sobre liberdade dos pássaros, reprovação de
Deus e etc, ao que eu sempre retrucava que eles, os pássaros, não tinham a
mesma percepção que nós, e, afinal, se eu o soltasse, outro garoto iria
aprisiona-lo ou quem sabe ele até morreria, pois já havia se acostumado em
gaiola. Até que, finalmente, papai parou de “me
encher” e eu pude, enfim, curtir em paz meu curió. Ah, e como eu curtia.
Não importava a hora. Foi assim que uma noite cheguei em casa, por volta de
20:00 h e acendi a luz para curti-lo. Ele imediatamente começou a saltar no poleiro
e cantar, para meu encantamento. Foi quando mamãe que a tudo assistia e nunca
havia censurado meu “hobby” comentou
que o “bichinho” depois de tanto
tempo em cativeiro já havia perdido a noção de tempo e, confundido pela luz
artificial da lâmpada da sala de casa, punha-se a cantar quando deveria estar
dormindo, como seus irmãos que viviam soltos na floresta. A sinceridade e
espontaneidade das palavras de mamãe fizeram-me pensar profundamente sobre
aquilo. Porque papai me irritava e tentava convencer-me com argumentos lógicos
e “políticos” eu nunca havia “sentido” o que realmente significava amar
aos pássaros. Agora, menos pelo que mamãe me disse, mas pela autenticidade de
seu amor pelos pássaros, eu entendi. O que sentimos pelos outros, ainda que
sejam os animais, não depende do que eles compreendam ou retribuam ou
agradeçam. Está em nós. Vem de Deus. Não há explicação lógica, como pretendia
convencer-me papai. Brota em nosso coração. Jorra. Mamãe abriu as comportas de
meu peito. Pela manhã, antes de ir para a escola (grupo escolar), pus a gaiola
do lado de fora de casa, no quintal, e deixei a porta aberta (não tive coragem
de soltá-lo). Fiz um acordo comigo: se ao voltar da escola ele ainda estivesse
lá, era porque queria ficar comigo e eu não o soltaria mais. Aquela manhã deve
ter sido uma das que eu menos me concentrei na aula (geralmente eu não me
concentrava muito mesmo). Contei as horas, minutos, segundos, até que a “campa” tocou anunciando o fim da aula.
Corri pra casa. Coração na mão. Fui direto pra gaiola...Sim, ele havia ido
embora. Seguiu seu instinto, como eu, finalmente, seguiria o meu. Fiquei triste
por uns dias. Acho que até fiquei tentado a ter outro passarinho em gaiola. Mas
não consegui. Não tive mais coragem. Naquele tempo, por conta dos meus pouco
mais de 10 anos de idade ainda não sabia o que hoje continuo aprendendo. Como
aquele passarinho que não voltou depois de ser libertado, o amor que jorrou de
meu coração também não poderia mais “voltar
a ser aprisionado”. Teria que ser livre, crescente, infinito, e, acima de
tudo, incondicional.
quinta-feira, 18 de outubro de 2012
Osvaldino
Junior
Por fora de nossa janela o tempo
não passa.
O sol continua pontualmente o
mesmo
E a chuva sempre convidativa para
um novo banho.
Eles não têm culpa pelo que não
mais se faça.
Por detrás de nossa janela não há
relógios nem calendários
A mocidade e a velhice são coisas
aqui de dentro
Aonde habita o tempo e nunca se
tem tempo.
E a vida tem sempre contornos de
um antiquário.
Por detrás de nossas janelas há
vida.
Protetor solar e guarda-chuvas
são coisas aqui de dentro
E o medo ? É ainda mais de
dentro.
De dentro de nossas vidas
contidas
Nos vidros de nossas janelas.
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